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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Allo Allo - M.A.D.S


Fonte: David José Barcelos Mendonça

Quem é que não deseja reavivar boas memórias? Pessoalmente, não conheço ninguém. E quem é que não guardou as melhores reminiscências do Allo Allo? Repito da mesma forma, ainda não  encontrei vivalma. A peça do M.A.D.S permite satisfazer a vontade de regressarmos ao mundo cómico de Allo Allo. São personagens que não podiam ser mais difíceis de esquecer. Foi um privilégio poder encontrá-las de novo, ao vivo e a cores, como se fossem reais. 

René é um proprietário de um café frequentado por beligerantes. É costume ser dito: no amor e na guerra vale tudo. E este ditado é palpável no quotidiano do René, ele tem à sua perna: os nazis, os ingleses, a resistência francesa, a mulher e as duas amantes, Yvette e Mimi. Qualquer uma destas partes pode usar uma bala se souber das actividades contraditórias de René, assim ele é obrigado a satisfazer todos - e todas -, sem excepção. Na cabeça destes combatentes, a guerra na frente ocidental é secundária; o principal é o porvir: uma Madona avantajada pode garantir um futuro risonho quando o conflito acabar, e assim todo o enredo gira à volta deste pé-de-meia. 



As situações cómicas, a partir daqui, repetem-se porque o elenco emana a essência de personagens memoráveis, num alinhamento entre-cruzado de mal-entendidos, enganos e estratagemas mirabolantes. René (Nuno Morna) faz-nos, logo no princípio, colocar o pé no seu estabelecimento e peripécias pessoais. Neste café, Edith (Teresa Gedge) tenta divertidamente - e desastrosamente - agradar os clientes com a sua voz. Yvette (Jaquelina Ferreira) e Mimi (Natasha Gonçalves) trabalham no estabelecimento, e ambas desejam ardentemente o proprietário. A clientela é diversa: temos alemães como o Lieutement Gruber (Stephen Adams); a resistência, com a - e só vou escrever isto uma vez - Michelle (Luísa Camacho); o Capitão Bertorelli (Luís Miguel Rosa) - o latino que parece evocar o contraste europeu actual entre norte e sul; a GESTAPO, com o Herr Otto Flick (Pedro Gouveia) e Helga (Janet Hellison) - uma dupla com uma excelente química; o polícia - ou pelícia - (Paul Roberts); e temos personagens com traços hilariantes, como o general Von Schmelling (Nick Chambers), o coronel Von Strohm (Jonathan Calvert), o Leclerc (Ed Barrow), dois aviadores ingleses, camponeses...Finalmente, Andras Hennel dá acordes e melodia ao desenrolar das cenas. 

Em suma, uma comédia que faz exactamente aquilo que se pretende que esta faça: nos fazer rir. Seria bom, podermos rir mais vezes com uma equipa e elenco destes. 

Fonte: Isabel Alves